sábado, 18 de novembro de 2017

Uma estrada; um túnel e uma esperança.

Ao acordar esta manhã estava absorto em pensamentos negativos os quais minavam minha energia. Foi aí que tomei a decisão de antes de tomar meu café da manhã, fazer uma pausa para meditar a fim de esvaziar minha mente de tais intrusos.
Após isso, preparei um pequeno lanche para o meu filho, o deixei na minha sogra e como de costume fui praticar atividades físicas.
Ao chegar à academia, me deparei com as portas fechadas em razão do horário especial de fim de ano. Para não perder as estribeiras, resolvi preparar minha garrafa d'água e a "Playlist" no celular, para enfrentar uma árdua corrida rumo à Serra de Petrópolis.
O calor escaldante e a estrada íngreme era amenizada pela visão bucólica da mata ao redor, que criava um sublime contraste entre a dor que minhas pernas já experimentavam com o agradável panorama do límpido céu azul, que me inspirava a prosseguir.
Estava me sentindo inspirado; afinal de contas, estava sendo agraciado pela natureza e as batidas musicais bradavam em meus ouvidos algo do tipo: "o futuro é aqui e agora; com você sou invencível!". Aqueles pensamentos anteriores eram pouco a pouco afugentados pelas auto declarações que eu promulgava, cerrando os punhos e ajeitando minha postura.
Subitamente, deparei-me com o túnel que me daria acesso ao outro lado da estrada. Era uma sensação de medo e superação, pois por um lado o suor já caía sobre os olhos, me impedindo de enxergar perfeitamente, e o cansaço praticamente me "pedia" para parar; por um outro lado, a estrada estava relativamente movimentada, apresentando certo perigo na travessia.
Passado o túnel, avistei ao longe uma mulher, de talvez seus 40 anos, na beira da estrada,sol à pino, com apenas uma leve sombra de uma árvore sobre si. Eu pensei que essa é a hora de disparar minha adrenalina, profetizando palavras de encorajamento: "você não precisa aceitar essa situação! Siga em frente; seja forte!" ou outras "receitas" pré concebidas.
Ao me aproximar, o que percebi me chocou ainda mais: havia uma outra pessoa, e se tratava de uma criança, uma frágil menina aparentemente de seus 3 anos, um pouco mais nova que meu filho, talvez.
Comecei a pensar o porquê delas estarem ali, encolhidas se protegendo do sol, o que estariam fazendo. Segundos antes de passar ao lado das duas, pensei que talvez fossem me pedir dinheiro, ou estivessem esperando o ônibus em um lugar completamente deserto.
Esta passagem do túnel me levou a uma experiência deveras sobrenatural, uma vez que elas não estavam ali mendigando, mas a mãe estava lendo, isso mesmo lendo, para a filha. E não era gibi, ou qualquer outro material supérfluo. Era um livro de Ciências.
Fiquei perplexo, porque a essa altura meus filhos já estavam de férias, assim como toda a Rede de Ensino. Porém, a mãe apontava o dedo para determinado assunto do livro, e a menina acompanhava atenciosamente.
Nesse momento, não tive mais retórica pois minha voz ficou embargada. Comecei a perceber que eu é que precisava ser encorajado, e não o contrário. Aquela atitude da mãe e da criança trouxeram-me algumas reflexões em mente.
O que realmente nos inspira? Quais são nossas escusas para não correr, enfrentar o calor ou subir a serra? Enquanto meus filhos querem ficar na piscina, o que é perfeitamente normal, aquela menina estudava.
Um amigo deu um belo testemunho no último domingo: ele é extremamente simples; casou sem nenhum tostão, ao ponto de precisar carregar água nas costas para economizar dinheiro com a Água Mineral. Porém, há cerca de oito anos abriu o negócio de Prótese Dentária na casa da sogra.
Ele conta que agora o negócio é extremamente lucrativo, de tal modo que o capital de giro lhe permitiu pagar o 13º de seus funcionários, outorgando-lhes um adiantamento de Janeiro de 2018.
Desejo a você para 2018 - melhor - antes que 2017 acabe,  uma experiência "pós-túnel". Pois, assim como Teilhard de Chardin declara: "Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana".
Que você lute, corra, medite, se inspire, se aperfeiçoe no amor ao próximo, retome às coisas simples; independentemente da crise, do calor, da estrada isolada, do Governo e da Corporação que você trabalhe.
Ao final da estrada, antes de retornar para a casa, um belo oásis estava ali escondido, e pude me refrescar e agradecer, pela bela provisão que me aguardava ao final da árdua e edificante travessia.
Na volta não as vi mais. Talvez fossem anjos que estavam ali apenas para me ensinar um propósito maior; ou apenas a condução delas chegara para levá-las ao seu destino. Mas o que aprendi nessa manhã é que ainda há esperança.
Termino esse pensamento com uma mensagem que li, no período da minha meditação, antes de sair para a bela jornada que descrevi.
"Que nenhum estrangeiro
que se disponha a unir-se ao Senhor
venha a dizer:
"É certo que o Senhor
me excluirá do seu povo".
E que nenhum eunuco se queixe:
"Não passo de uma árvore seca".
Pois assim diz o Senhor:
"Aos eunucos que guardarem
os meus sábados,
que escolherem o que me agrada
e se apegarem à minha aliança,
a eles darei, dentro de meu templo
e dos seus muros,
um memorial e um nome melhor
do que filhos e filhas,
um nome eterno, que não será eliminado.
(Isaías 56:3-5)
Rumo à 2018!

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